Vasco

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ORLANDO, VASCAÍNO DO COMEÇO AO FIM

   Com Orlando, aconteceu, também, aquela manjada história que já virou folclore: um dia, o titular de alguma posição falta ao jogo (ou se machuca) e o treinador improvisa alguém na função. No caso dele, era meia-esquerda do Fonseca Atlético Clube, de Niterói, e encarava o maior rival, o Pendotiba, quando o quarto-zagueiro da sua equipe não pode mais jogar. Empurrado para a posição, gostou tanto da função que, dali por diante, nunca mais deixou de ser zagueiro. Pelo menos, é assim que se conta esta história, que ele nunca a desmentiu.

                         Reproduzido da revista Esporte Ilustrado

 Foi a melhor coisa que Orlando fez dentro dos gramdos. Se tivesse continuado pela meia-esquerda, cinco tempordas depois, seguramente, teria a concorrência de um guri endiabrado que ele conhecera, em 1957, vestindo a jaqueta do Vasco da Gama, pelo Combinado Vasco-Santos - um tal de Pelé, Pelê, do qual ninguém sabia ao certo o seu apelido. Pensou-se até que fosse Telê, já que havia Telê Santana, no Fluminense.

Orlando se deu muito bem trocando de posição, pois, aos 22 de idade, durante a Copa do Mundo-1958, na Suécia, foi campeão, aos 22 de idade, do lado da tal fera – Gilmar; Djalma Santos e Bellini; Orlando e Zito; Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo, era a rapaziada. Antes de ser parceiro do futuro “Rei do Futebol”, em 1952, aos 17 de idade, ele desembarcou em São Januário para iniciar a sua história cruzmaltina, pelo time juvenil, pelo qual ficou campeão carioca-1954 e valeu-lhe subida ao time A, na temporada seguinte. 

Reprodução da revista Manchete

O garotão Orlando, vendendo saúde e classe, estava com 19 nos costados, quando a rapaziada foi jogar, amistosamente, em Recife, mais precisamente, no estádio da Ilha do Retiro, onde ficou no 0 x 0 Sporte-PE. Durante a viagem Rio de Janeiro-Pernambuco, Orlando olhava para um lado do avião e via Barbosa, Paulinho de Almeia, Bellini, Laerte, Dario; para o outro, e lá etavam Maneca, Ademir Menezes, Sabará, Pinga -  só feras. Pensava: “O que é que estou fazendo por aqui? Quando vou ter uma chance de jogar neste time? 

O que Orlando nem imaginava era que, no 17 de abril de 1955, o técnico interino e ex-lateral-direito vascaíno Augusto da Costa lhe daria a inimaginável chance. E a repetiu, quatro dias depois, em Vasco da Gama 7 x 0 Combinado CSA-Ferroviário-Al, em Maceió, lançando-o na vaga de Maneca, durante prélio em que a equipe vascaína desfilou muitos reservas.

 Estreado pelo tima A, Orlando só foi ter novas chances durante excursão à Europa, em 26 de junho, quando o treinador Flávio Costsa o escalou em Vasco da Gama 6 x 0 Acadêmica de Coimbra, formando a então chamada linha média, com Ely do Amparo e Coronel. Na outra linha de zaga, Paulinhde Almeida (Haaroldo) e Bellini. Aproveitou bem a chances e se segurou no time titular, para disputardo o seu primeiro clássico carioca em Vasco 3 x 3 Flmengo, de 16 de julho daquele mesmo 1955, no Maracanã.

“Fiquei apavorado nos primeiros jogos (pelo time A), mas logo adquiri confiança, pois senti que era muito fácil jogar ao lado de craques, como Ely (do Amparo), Haroldo, Pinga, gente de nome nos quais o técnico Flávio Costa confiava muito. Eu ainda era muito jovem (19 de idade)”, contou à revista Manchete Esportiva.

 O torcedor vascaíno mais antigo jamais esquece da linha defensiva Paulinho de Almeida, Bellini, Orlando e Coronel. Com ela, o Vasco da Gama conquistou o título carioca de 1956 e de 1958 e o do Torneio Rio-São Paulo-1958, o que levou Orlando à Seleção Brasileira do Mundial da Suécia-1958. Em 1961, ele trocou a Turma da Colina pelo argentino Boca Juniors. Voltou ao futebol brasileiro, em 1965, voltando, também, a ser companheiro de Pelé, no Santos. Em 1969, retornou ao Vasco da Gama, para encerrar a carreira. Reestreou em 17 de maio, diante do Bangu, pelo Campeonato Carioca, no Maracanã, e disputou a sua última partida vascaína no 7 de setembro, contra o Coritiba, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, pela Taça de Prata, um dos embriões do atual Brasileirão.      

 Encerrada a carreira de atleta, no Vasco da Gama, o zagueiro Orlando Peçanha de Carvalho, campeão, também, do Torneio de Paris-1957 e da Taça Teresa Herrera, este na Espanha, ambos em 1957, iniciou a de auxiliar–técnico do mesmo Vasco da Gama, em comissão técnica que incluía o treinador Tim (Elba de Pádua Lima) e os preparadores físicos Raul Carlesso e Kleber Camerino, que ajudaram o Almirante a encerrar tabu de 12 temporadas sem o título do futebolcarioca. Nascido em Niterói-RJ, ele viveu entre 20 de setembro de 1935 a 10 de fevereiro de 2010 (74 temporadas).

 Carreira do atleta campeão mundial começou e terminou em São Januário

 
                         Foto reproduzida da Revista do Esporte 

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