Vasco

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domingo, 2 de junho de 2013

"NÍVER" DE LAERTE, VÍLSON TADEI E SISSI

LAERTE -  Ele foi gari, meganha, herdou um apelido transeunte e, por ser um morenão muito disputado pelas “chinocas” (gatinhas, em gauchês),  tornou-se, malandramente, o sujeito mais infiel dos pampas. O “Kike” está falando de Laerte, que vestiu a jaqueta cruzmaltina na década de 1950. Por favor, não o confundam com Lierte, pois, no time vascaíno campeão carioca de 1956, os dois jogaram juntos, e muitos fazem confusão – Carlos Alberto, Paulinho, Bellini e Coronel; Laerte e Orlando; Lierte, Livinho, Vavá, Válter e Pinga foi uma das formações usadas pelo técnico Martim Francisco.
Mas, vamos para os explicativos do currículo esquisito do cara. Lá em São Gabriel, onde Laerte nasceu, em 2 de junho de 1933, a barra andava pra lá de pesada no bolso de seus pais, quando eles foram tentar vida melhor na capital. Ele tinha cinco anos de idade e a mudança nada mudou. Pra ajudar em casa, foi prefeitura de Porto Alegre, pedir emprego. Só havia vaga para capinador de grama.  Topou e virou gari. Como a grana era curta, logo, saiu em busca de outros lances, como vendedor de doces; carregador de piano; sapateiro; bombeiro hidráulico; padeiro; geleiro e contínuo, o hoje  “officeboy”. À noite, estudava – foi até o quarto ano primário, atual primeiro grau, sonhando  ser um craque. 

Aos 17 anos, Laerte foi treinar no juvenil do Cruzeiro porto-alegrense (clube centenário e mais antigo do que o Cruzeiro famoso de Belo Horizonte). Era meia-ponta-de-lança, agradou e, rapidão, estava no time A. Em 1953, o Vasco foi buscá-lo e chegou a pagar-lhe um dos bons salários da Colina. Merecido. Afinal, Martim Francisco o escalou nos 22 jogos da conquista do título carioca de 1956 – mesmo número de atuações dos campeões mundiais Bellini e Orlando, e de Coronel.
Como meganha (apelido antigo dos soldados), Laerte curtiu cadeia. Estava no exército, quando um general irritou-se por vê-lo sorrindo, sem parar. Mandou guardá-lo, por oito dias. Mas Dona Iraí pegou mais forte. Ela era uma das quatro namoradas que Laerte levara para um baile. De repente, resolveu acabar com aquela história, na porrada. E ganhou o morenão, no grito. O intimou a casar-se com ela, ou dar o fora. Laerte ficou com a primeira opção. Só que, no dia do casório, quase lhe dá um outro marido. Ia assinando Laerte, quando, a tempo de fazer um razuradinha no documento, lembrou-se que a sua graça verdadeira era Nadyr Eraldo Prates.
Aquela história de chamarem-no por Laerte foi por causa de um primo, titular do Cruzeiro-RS, quando ele era juvenil. O parente já ganhara tal apelido, porque achavam o seu futebol parecido com o de um outro Laerte. Então, ele foi o Laerte-III. E o pior foi que depois dele, apareceram no clube mais dois moreninhos parecidos, que também ganharam o mesmo apelido, os Laerte-IV e V.    
 Além das alegrias pelas 16 vitórias (a campanha teve, ainda, quatro empates e duas escorregadas), que valeram o título carioca de 1956, Laerte tinha um outro motivo para ser um gaúcho muito feliz na Colina: o filho Jair, nascido em 1953. O moleque que  gostava de chutar uma bola, mas ele jurava que não o deixaria ser boleiro, como o pai. Teria que estudar, para ser gente importante, no futuro – ainda bem que não cumpriu a promessa, pois o garoto foi ídolo do Internacional e do uruguaio Peñarol. E chegou à Seleção Brasileira. (foto reproduzida dos sites www.NetVasco.com.br/MauroPrais). Agradecimentos.

TADEI -  Em 15 de novembro de 1983, para inaugurar o seu estádio – Aderbal Ramos da Silva, mais conhecido por Ressacada –, o catarinense Avaí convidou o Vasco para a sua festa, esperando  mais 27 mil presentes (capacidade total), à Rua Tenente Calandrini, s/nº, em Florianópolis.
E rolou a festa. O que o goleiro avaiano Gílson menos esperava seria buscar bolas não fundo de suas redes, mandadas pelo meia cruzmaltino Vílson Tadei.  Simplesmente, porque ao colega de profissão parecia ser um autêntico “inimigo do gol”. Pelo menos, saíra no jornal que, em aduas temporadas, com 54 jogos por um “grande clube”, como o São Paulo, o carinha são havia visitado o filó em apenas  duas oportunidades. Logo, pra quê se preocupar com ele?
Legal! Como Gilson não se preocupou, Tadei apareceu na sua área, aos cinco minutos, e inaugurou as redes dão novo estádio. Pra compensar o seu fraco poder de fogo, aos 12, fez mais um, deixando o camisa 1 do Avaí de ressaca de gols. Com aquilo, o Vasco desembestou. Depois que Tadei abriu a porteira, Marcelo, aos 19, aos 40 e aos 45 do segundo tempo, também, não o perdoou. Isso sema falar que, no meio dessa balaiada toda, aos 42 da mesma etapa final, Dudu fizera o mesmo com as redes alviazuis catarinenses. Resumo da ópera: Vasco 6 x 1
Celso Bozzano apitou e o Vasco, treinado por Otto Glória, inaugurou a casa com os convidados: Roberto Costa; Edevaldo, Chagas, Nenê e Roberto Teixeira; Serginho, Oliveira (Geovani), Vílson Tadei e Ernâni (Dudu); Marcelo e Paulo Egídio (Júlio César). O Avaí fez a festa e apanhou feio, por causa de: Gílson; Assis, Gildo (Caco), Gilberto e Tião; Careca, Bira Lopes, Osmarzinho (Zé Carlos), e Amarildo; Bizu (Décio) e Passos (Nezinho). Técnico: Ladinho.
Vílson Tadei nasceu em Urupês-SP, em 2 de junho de 1954. Antes de desembarcar em São Januário, havia passado, ainda, pelo Rio Claro-SP (início) e Grêmio Porto-Alegrense. Depois, defendeu o mexicano Monterrey e o Jaboticabal-SP. Encerada a carreira, tentou a de treinador, tendo dirigido times paulistas, como Barretos, Linense, Jaboticabal e Guarani de Campinas.
 
  SISSI -  Certe vez, a imprensa paulista divulgou que, disputando uma partida do “Paulistana” – apelido do Campeonato Paulista Feminino de Futebol-1997 – a baianinha Sissi (de Esplanada) ouviu a torcida do São Paulo cantando uma musiquinha bem sacaninha, pedindo a sua escalação no time dos marmanjos. Logo, você deve estar certa.
Antes do fenômeno Marta, a camisa 10 da Seleção Brasileira, em meados da década-1990, quando você a via jogando, a terrível Sisleide do Amor Lima foi o maior nome do “futgata” canarinho. Destacou-se na nossa primeira geração de sucesso internacional, mostrando muito veneno no time que disputou dois Jogos Olímpicos e trouxe a medalha de bronze do da Copa do Mundo-1999, nos Estados Unidos – foi a principal “matadora”, com sete gols. De quebra, pelas grandes atuações, levou, da FIFA, a “bola de prata” da competição.
Realmente, Tina, a baianinha Sissi impressionava a quem a via jaqueteando a 10 da Colina. Pena que ela não tivesse chegado a jogar com a alagoana Marta, pois quando esta pintou em São Januário, para os times de base, Sissi já tinha passado de imperatriz, já era rainha. Canhota, como fenomenal sucessora, ela exibia classe na armação de jogadas, com grande visão do lance.  Marta, segundo quem a viu treinando nos inícios de carreira vascaína, dominava mais a bola e partia bem mais para cima, finalizando o lance, constantemente. Mas  Sisi era demais. Comandou mesmo a Seleção Brasileira, liderando Pretinha, Kátia Cilene. Márcia Tafarel, Roseli e Formiga, entre outras, naquela chegada ao  quarto lugar da Olimpíada norte-americana de Atlanta-1996. E, principalmente, na conquista do terceiro lugar da Copa do Mundo-1999.
Além do Vasco, Sissi passou, também, no futebol paulista, por Palmeiras e Saada, este em 2006. Ao deixar o Vasco, ela foi para os Estados Unidos, treinar adolescentes (10 a 18 anos) do Diablo Futbol Club e do Las Positas (18 a 22), em Concord, perto de São Francisco.  Além disso, jogou pelo California Storm, da liga amadora da cidade de Sacramento (WPSL). 
Esta menina baiana tem um molho apimentado que é bola não filó. Sissi, nascida em 2 de junho de 1967, não nasceu: estreou. Confere? (FOTO REPRODUZIDA DO CADERNO DEA ESPORTES DO JORNAL DEBRASILIA). AGRADECIMENTO

 
 

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