Vasco

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terça-feira, 23 de junho de 2015

O VASCO PELOS VASCAÍNOS - FELHBERG

  NOVA QUEDA DO VASCO
                                                                      Carlos Fehlberg (*)

Após novo revés o Vasco decidiu  mudar sua comissão técnica, diante da decisão de  Doriva de sair. Esta a informação que dominou o fim de semana, após nova derrota, agora em Recife. Começar de novo é o refrão, diante das sucessivas derrotas, e não surpreende. Após uma sucessão de revezes, insegurança e cobranças, o treinador campeão carioca dava sinais de desconforto com a situação. A esta altura a equipe precisa de uma sacudida, sob pena de continuar em baixa e correndo sério risco de voltar para a série B. Durante a campanha na série B, em 2014, houve também troca de treinador depois que uma série de maus resultados, culminando com uma goleada de cinco, diante do Avaí, em São Januário.
Saiu Adilson e entrou Joel e, mesmo aos trancos e barrancos, conseguimos voltar à elite. Agora a
história se repete na tentativa de evitar o pior. Há tempo de recuperação, pois ainda estamos no primeiro turno, embora em último lugar. Era inevitável a mudança, apesar da vitória no campeonato carioca. Por muito menos outros já caíram. Quanto ao jogo no Recife, apenas o registro de que não fosse a insegurança e o temor geral, o Vasco poderia ter saído com um bom
resultado. Um empate ou até uma vitória, pois oportunidades não faltaram. Ficou muito clara a insegurança vivida pela equipe, alterada a cada jogo. Ninguém sabe, por exemplo, porque Jordi perdeu a vaga para o promissor mas ainda verde Charles. E nem as razões das sucessivas modificações. Uma prova da insegurança do treinador, que vinha sendo mantido pela direção com muita teimosia. Seu mérito foi conquistar o estadual, como em São Paulo, propiciando um julgamento favorável muito prematuro. Agora, até especulações envolvendo a contratação de mais
jogadores, incluindo Ronaldinho, Léo Moura e Herrera estão na praça.
Lanterna - Com os resultados de ontem, o Vasco está em último lugar, e  isolado. Agora a meta já não é título, Libertadores etc., mas simplesmente permanecer na série A. Se a busca do carioca era uma questão de honra para Eurico, a atual situação mudou os planos e a palavra de ordem é resistir e evitar um rebaixamento. Títulos e crescimento só mais tarde. A palavra de ordem é sobreviver. Na realidade, o melhor teria sido usar o carioca como laboratório, e a partir dessa conquista ingressar bem armado no Brasileiro, mas parece ter falado mais alto a rivalidade com a dupla Fla/Flu, gerando a sensação de que o caminho estava aberto. Seria bom demais, um milagre de Eurico, mas não foi nada disso. Pura ilusão.
Começar de novo -  E agora tudo volta à estaca zero: mais jogadores, novo treinador etc., enquanto a torcida sofre e volta a apostar. Algo como um 2014 que assustou a todos. Onde o erro? Talvez na exagerada euforia de conquistar um título estadual diante de adversários que não assustavam, mas mesmo assim levando cinco gols do Friburguense... Resultado: ninguém sabe qual é o time do Vasco e, como em 2013, só temos um goleiro, que, aliás, os uruguaios nos levam a todo momento.
Em resumo - O Vasco vai começar tudo de novo, e as especulações em  torno de jogadores a serem contratados servem mesmo para ocupar espaços e gerar expectativas. Pode ser uma cortina de fumaça, mas vamos esperar... Chega de experiências. A hora é de reflexão, avaliação e decisões. Para uma torcida magoada, só interessam agora as vitórias. As avaliações foram mal feitas, as contratações não surtiram efeitos e o correto Doriva foi sacrificado. Foram muitos erros, e o resultado é que o Vasco está segurando a lanterna, algo inimaginável par um time que semanas atrás conquistou o campeonato estadual.
Tempo - Menos mal que há tempo, e Martin Silva deve dar, com sua volta, segurança à defesa. Com ele a defesa fica mais confiante e segura. Quanto aos fatos novos, vamos esperar. Celso Roth conhece o Vasco, tem a confiança de Eurico, conforme ele mesmo salientou em entrevista concedida nesta segunda feira, e é suficientemente calejado para entender os problemas atuais do Vasco e comandar uma nova postura dos jogadores dentro de campo. O desgaste de cinco derrotas consecutivas eliminou as margens de crédito de Doriva para prosseguir.
 Se continuasse perdendo, o fantasma da volta à segunda divisão tornaria insustentável o trabalho do simpático e jovem treinador, que ostenta o mérito inédito de um bicampeonato nos dois principais estados do país. Ele haverá de ter aprendido muito nesta experiência que se esgotou, agora,  pela sequência de resultados negativos. De resto, algumas esperanças com a provável confirmação dos novos nomes citados. Léo Moura pode organizar um meio campo nada criativo. Tem vivência, liderança e equilíbrio para isso. Herrera é uma incógnita, tanto quanto Andrezinho, já passado dos trinta e há tempos distante da vitrine do futebol jogado no Brasil. Ronaldinho Gaúcho pode ser o grande nome que falta para dar personalidade ao time e ser o maestro tão reclamado pela torcida. Resta esperar e torcer.
(*) – Carlos Fehlberg é jornalista. Foi, por anos, diretor de Zero Hora e do Diário Catarinense. Torce pelo Vasco desde os tempos do Expresso da Vitória.
 

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