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domingo, 8 de maio de 2016

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - NORMA FEZ O PRIMEIRO NU FRONTAL

Seu nome era tão grande – Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell –, do tamanho do movimento que foi a sua vida. Entre 21 de fevereiro de 1935 e 9 de outubro de 2013, ela deu o que falar, como cineasta, produtora, cantora e atriz, neste papel como uma das maiores musas do cinema brasileiro das décadas de 1950 a 1970.
  Norma havia sido uma menina nada feliz, convivendo com as muitas brigas entre o pai belga e uma rica mãe carioca, deserdada pela família quando trocou o marido por um pobretão imigrante italiano. Como nas histórias do cinema, que teve “La Bengell” em 64 filmes, vários na Europa, com atores e diretores famosos, como Alberto Sordi e Alberto Lattuada – no Brasil, foi dirigida pelos nomes mais importantes de sua época, como Carlos Manga, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte, Ruy Guerra, Glauber Rocha, Domingos de Oliveira, Paulo César Saraceni e Braulio Tavares. 
 COM A MÃE passando a ser uma “nova pobre”, aos 10 anos de idade, após a separação dos pais, Norma foi para um colégio de freiras. Tornou-se uma menina rebelde, deixou os estudos e foi trabalhar, em um atelier de modas, frequentado por artistas, para ajudar nos gastos da casa.
Em 1955, fez o primeiro comercial de TV – para a Toddy. O diretor Carlos Manga gostou e a levou para as filmagens da chanchada “O Homem do Sputinik”, contracenando com Oscarito. No mesmo ano, Norma estreou como cantora, gravando um bolachões de vinil, incluindo a Bossa Nova de Tom Jobim. Tinha 23 anos de idade.
Aos 25, Norma escandalizou o país, fazendo o primeiro nu frontal no cinema nacional, em “Os Cafejesates”, de Ruy Guerra.
  ENQUANTO A SUA NUDEZ nas telas era proibida no Brasil, ela ajudava o filme brasileiro “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, a ganhar, em Cannes, na França, o prêmio principal de um festival internacional, interpretando uma prostituta que abriu-lhe as portas à carreira internacional.
  Norma foi uma mulher de muitos amores – entre eles, Alain Delon, que encantou-se por ela, ainda quando namorav Rommy Schneider, de tremendo sucesso em “Sissi, a Imperatriz”. Mas só se casou uma vez, com o galã italiano Gabriele Tinti, com quem ficou, de 1963 a 1969. Dona de postura política crítica da ditadura dos generais-presidentes brasileiros, viu censores lhe perseguindo e o seu mercado de trabalho encurtando-se.
Foto do cartaz dofilme

 COMO CINEASTA, Norma filmou “Eternamente Pagu”, em 1988, sobre um dos ícones do Brasil das três primeiras décadas do século 20, Patrícia Galvão – jornalista, escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista, comunista e primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas – e “O Guarani”, baseada na obra naturalista do escritor cearense José de Alencar.

 Este filme foi um caso traumático na vida de Norma. Acusada de “sumir com a grana”, ela passou o restante da vida se defendendo. A produtora Cristina Caneca, que aproveitou tudo o que Norma deixara escrito, para um livro sobra atriz, jura que “La Bengell” não ficou com dinheiro algum, pagando o preço de ser desorganizada em prestação de contas – o processo não deu em nada.
 A foto acima que você vê de Norma Bengell  foi  reproduzida da "Revista do Esporte". Por ser clone da "Revista do Rádio", a semanária do mesmo grupo do empresário/jornalista Anselmo Domingos convidava uma artista e a fazia falar de esporte. E era sagrado esta levar os homens a pecar, por pensamento e visão de corpos esculturais, em uma épocas em que a sociedade era muito moralista, conservadora, sobretudo regulada pela Igreja Católica Apostólicas Romana. Norma Bengell foi uma dessas belas mulheres que enloqueciam a rapaziada a posar em trajes reduzidíssimos para a "RE". Ela é linda mulher homenageada de hoje. Um bom domingo, rapaziada!
 

 
 

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