Vasco

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domingo, 9 de outubro de 2016

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - AS ESPIÃS QUE SABIAM DEMAIS - 5

Os alemães haviam se descuidado muito dos seus serviços de  inteligência durantes as últimas décadas antecedentes à I Guerra Mundial, iniciada em agosto de 1914. E começaram a pagar por isso. Só não ficou mais caro porque uma doutora em Economia destacada para servir no Gabinete de Censuras Postal descobriu uma tremenda falha na espionagem de estado.
 Para corrigi-la, a mulher desenvolveu um sistema de análise textual capaz de descobrir o mínimo indício de transmissão de inteligência. Melhorou a eficácia do serviço e levou  o alto escalão do nível superior da inteligência militar alemã a partir para uma total mudança de rumos. Colocou-se em ação o primeiro método sistêmico real para formação de espiões, que serviu de modelo, mais tarde, para todos cursos de treinamento da moderna inteligência.
 A criadora do sistema fora uma jovem, de 26 anos, doutorada em Economia e que tentara ir à guerra como soldado de infantaria. Elsbeth Schragmueller, o seu nome, comprovou que o serviço só daria certo com pessoas inteligentes e motivadas. Nada de escórias da sociedade.             
 Um ano depois, a contraespionagem francesa e inglesa identificou novo vigor nos agentes alemães, indiscutivelmente, muito melhores do que os anteriores. Mas não descobriu a razão daquilo. Ficaram pela metade do caminho quando alunos de Elsbeth foram presos e tiveram de escolher entre o fuzilamento e a revelação de quem lhes formara. Mas eles só sabiam informar que fora uma mulher loira, de nome desconhecido  e os treinara na Bélgica (ocupada).
Reprodução de www.donhollway.com 
 
FRÄULEIN DOKTOR – Quando um dos alunos de Elsbeth, foi preso, na França, entregou ter ouvido de um oficial alemão chama-la por Fräulein Doktor. Os ingleses assumiram a responsabilidade de identifica-la, mas não chegaram nem perto dela. Sentiram-se caçando um fantasma. Então, plantaram na imprensa sensacionalista a figura de uma superespiã alemã, loira e peituda, uma deusa, mas muito cruel. Em vão. Ela usava múltiplas identidades, vários endereços e, raramente, repetia a sua presença em algum deles.
 A I Guerra Mundial passou, Elsbeth Schragmueller seguiu solteira e  jamais aceitou discutir o seu papel dentro da espionagem militar alemã. Voltou à vida intelectual, como professora de Economia, em Munique, e ficou horrorizada com a lenda criada pelos britânica em torno dela. Em 1932, quando uma viciada em ópio começou a propagar-se como sendo a Fräulein Doktor da época da guerra, ela saiu da obscuridade para desmenti-la. Revelada, finalmente, ao mundo, viveu até 1939, negando-se a falar à imprensa e nem aceitando dinheiro das editoras de livros para contar as suas memórias.         

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