Vasco

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

FERAS, FERAS DA COLINA - 'ANIMAL'

"Edmundo Alves de Souza Neto é o primogênito do barbeiro Reinaldo Alves de Souza, com a Dona Cirley. Residia à casa de Nº 400 da Rua Teixeira de Freitas, no bairro do Fonseca, em Niterói, quando a sua mãe tinha de cozinhar para os empregados da Mesbla (por 14 anos) e lavar roupas para ajudar na sua criação. Os dois não juntavam mais do que três salários mínimos para sustentar a família.
Em casa, Edmundo era o Dinho. Na rua, o Chumbinho, que se juntava a Capeta, Xandi, Teínha e Cacalo para infernizarem com o timinho de futsal do Brasileirinho. Depois de um dos jogos, ganhou mais um apelido: Galinha Molhada. Bom de bola, péssimo na escola, em 1977, foi reprovado no curso de alfabetização do Colégio Estadual Conselheiro Josino. Motivo suficiente para a Tia Marli levá-lo para um colégio particular, o Colégio Santa Cruz, onde lecionava. Foi ela também, que o levou para o futsal do Vasco, o time pelo qual o garoto torcia. Gastava quatro horas para ir e voltar para casa, três vezes por semana.
A Tia Marli subia em um ônibus com Edmundo, no Fonseca, até as barcas que atravessavam a Baía de Guanabara. Em seguida, pegava um ônibus para São Januário. Voltava para casa lá pelas 20/21h.
 
Foto do jogo de despedida de Edmundo, reproduzida
de www.crvascodagama.com.br

FUTSAL - Edmundo jogou futsal também pelos times do Fonseca Atlético Clube, Fluminense e Bradesco. Aos 15 anos, foi campeão estudantil brasileiro – antigos JEBs –  pela seleção fluminense. Foi quando teve o convite para um teste no Botafogo. Passou e ficou por quatro anos. Como era longe demais ir de Niterói para São Gonçalo e Marechal Hermes, passou a morar na concentração.  Mas logo desagradou ao treinador Clauton Val como já desagradara ao técnico do futsal vascaíno, por brigar, quando ficava na reserva.  Além do banco, Edmundo odiava o prato de todos os dias, arroz com ovo, ou arroz com carne moída.
O destino voltou a colocar o Vasco na vida de Edmundo quando o ex-atleta vascaíno e então treinador Alcir Portella, juntamente com o supervisor Isaías Tinoco, o viram jogando contra o Bonsucesso, pelo time júnior do Botafogo. Era 1990 e aquele clube só aproveitou na categoria os garotos nascidos em 1969/1970, o que irritou Edmundo.
Veio, então, o “destino parte-1”. Um sujeito que se dizia diretor do Botafogo pintou em São Januário querendo emplacar o filho no time da Colina. O Vasco topava, desde que ele o colocasse em contato com a família de Edmundo.

MUDANÇA- Dona Cirley , Seu Reinaldo e Tia Marli toparam a mudança para São Januário. Mas a mãe do garoto, depois de dois meses negociações com os botafoguenses, só conseguiu a liberação quando inventou que ganhara na Loto e iria mudar de cidade. O choque alvinegro foi tremendo, quando, na preliminar de juvenis, contra os vascaínos, pelo Campeonato Carioão- 1991, Edmundo recebeu a bola no campo do seu time, passou por quatro e ampliou o placar par 3 x 0, o seu gol mais bonito. Durante os acertos, o Vasco e alugou um apartamento para a família de Edmundo, na Rua Riodades, no mesmo bairro do Fonseca. 





 

 

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