Vasco

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quinta-feira, 4 de maio de 2017

QUAL O MELHOR VASCO? CANDIDATO-1957

 Um eleitor da série “Qual o melhor Vasco” escreveu: “Considero o Vasco de 1957 superior ao de 1958. Aquele time poderia ter sido o campeão carioca da temporada, mas começou a disputa derrubado pelos próprios cartolas, que o submeteram a uma cansativa excursão à Europa. Assim, na primeira rodada, não teve pernas para evitar o vexame de cair(2 x 5) diante do descansado Fluminense. Além disso, foram fatais duas derrotas, pelo mesmo placar (1 x 4) Flamengo. Qual a explicação para estas duas pancadas? Mas foi um time que encantou o mundo”.
Foto reproduzida de mprais.netvasco.com.br - Agradecimento do blog não comercial.

 O Vasco-1957 começou a temporada avisando que pretendia dar muito trabalho aos adversários. Aviso chegado por meio de sete amistosos contra uruguaios, chilenos e peruanos, com cinco vitórias na casa deles.
Nesse rolo rolou o caneco do Torneio Internacional de Santiago do Chile, com o mesmo trabalho de Martim Francisco que havia valido o título carioca-1956 – Wagner; Ortunho, Bellini, Orlando e Coronel; Laerte (Clever) e Válter; Sabará, Livinho, Wilson Moreira e Roberto Pinto foi a base do sucesso.

PEGAS BREGAS - De volta ao Brasil, a rapaziada enfrentou 10 times “pequenos” de várias partes do país, amistosamente, e não os perdoou. Bem como aos “grandes” Fluminense, Atlético-MG e Grêmio-RS. No mais, empatou duas vezes e caiu em mais duas, ante Fluminense e Santos. Um bom cartel para os primeiros 21 compromissos da temporada: 15 vitórias, dois empates e quatro escorregada.
Com aquilo, o Vasco era candidato natural ao titulo do Torneio Rio-São Paulo, um dos embriões do atual Brasileirão. Mas teve rendimento modesto:  cinco vitórias, um empate e três quedas. Sem problemas! O que viria depois surpreendeu o mundo da bola. A moçada foi à França e conquistou o I Torneio de Paris, projetado para ser o grande evento mundial de cada temporada futebolística. O “Almirante” botou pra dançar o melhor time do planeta, o espanhol Real Madrid, cinco vezes seguidas campeão europeu e impiedoso goleador de adversários.
Antes disso, no 12 de junho, o Vasco havia vencido o anfitrião Racing Paris, por 3 x 1, diante de surpresos (com a sua bola) 52 mil torcedores presentes ao  Parc des Princes, na capital francesa – Livinho, Pinga e Vavá bateram na rede e Martin Francisco escalou: Carlos Alberto Cavalheiro, Dario e Viana; Orlando, Laerte  e Ortunho; Sabará, Livinho Vavá, Válter Marciano e Pinga.
A rapaziada não deixou nada para ninguém carregar na Europa-1957.
Foto reproduzida da "Revista do Vasco". Agradecimento.

NA REAL - O grande pega contra o Real Madrid rolou dois dias depois, no mesmo estádio, perante 38 mil almas que viam favoritismo total para os madrilenhos.
E não pareciam errar, pois Di Stefano saiu para o abraço, rápido, aos quatro minutos. Incrédulos, os parisienses viram Válter empatar, aos 20, e Vavá virar o placar, aos 32 minutos do primeiro tempo.
 No segundo, Mateos igualou, novamente, a conta, aos 8. Então, Livinho, aos 21, e Válter, aos 39, humilharam os “merengues”, que só conseguiram mais um golzinho, por Kopa, aos 44.
Por indiscutíveis 4 x 3, o Vasco carregou a taça – Carlos Alberto; Dario, Viana, Orlando e Ortunho; Laerte e Válter; Sabará, Livinho, Vavá e Pinga foi a turma do Martim Francisco, enquanto o Real Madrid, treinado por Jose Villalonga, teve: Alonso, Torres, Marquitos (Santamaria), Lesmes e Munoz; Ruiz e Meteos; Kopa, Di Stéfano, Rial (Marshall) e Gento. 

ROLOU PORRADA -  Nem tudo foi show de bola vascaíno naquela partida. No segundo tempo, rolou pancadaria, iniciada pelos espanhóis. Perderam na bola e na porrada, pois o gauchão Ortunho, um “armário”, botou toda a espanholada pra correr.
Se um caneco internacional já era bom, imagine dois. Então, o Vasco foi bucar o Troféu Teresa Herrera, na Espanha, dois dias depois, mandando 4 x 2 Athletic Bilbao. Vavá, aos 23 min do 1º tempo e aos 34 do segundo, e Válter Marciano, aos 24 min do primeiro tempo e aos 28 do segundo marcaram os tentos para esta rapaziada: Carlos Alberto; Dario, Viana, Orlando e Ortunho; Laerte e Válter; Sabará, Livinho, Vavá e Pinga, que seguiam dirigidos por Martim Francisco.
O Vasco-1957 era mesmo um espetáculo. Uma semana após bater no Ahletic Bilbao, seu time foi ao Camp Nou, que ainda era o Estádio Les Cortes, e sapecou 7 x 2 Barcelona. Que malvadeza! E teve mais: passada mais uma semana, a turma foi ao Estádio da Luz, em Lisboa, e mandou 5 x 2 Benfica.
Pelé é o segundo agachado, da esquerda para a direita.
 nesta foto  reproduzida da revista Grandes Clubes
  
UM TAL DE PELÉ - Enquanto o time principal excursionava, os cartolas cruzmaltinos pediram, ao velho parceiro Santos, alguns jogadores emprestados, para   disputar o Torneio Internacional Morumbi, no Rio de Janeiro e em São Paulo.  Entre os cedidos, o clube paulista mandou um garoto, de 16 anos, um tal de Pelé, que os repórteres carioca achavam que o apelido fosse Telê, copiado do nome de um atacante famoso do Fluminense.
O garoto arrombou a festa nos jogos do Combinado Vasco/Santos, contra o português Belenenses (6 x 1); o iugoslavo Dínamo Zageb (1 x 1) e o Flamengo (1 x 1), marcando cinco gols e encantando o treinador da Seleção Brasileira, Silvio Pirillo – o restante dessa história todos conhecem –Wagner, Paulinho e Bellini; Ivan, Urubatão e Brauner; Iedo, Pelé, Álvaro, Jair Rosa Pinto e Pepe foi a base titular.
Quanto ao Campeonato Carioca chorado pelo eleitor no inicio desse texto, realmente, se o Vasco não tivesse perdido do Fluminense, na rodada inicial – o vencera , por 2 x 1, pelo returno e nem passado dois vexames diante do Flamengo – o vencera pelo Torneio Rio-São Paulo –, poderia ter ficado além do quarto lugar, com 33 pontos, em 20 jogos, contra 34 dos rubro-negros, 35 dos tricolores e 36 do campeões botafoguenses. Apenas 14 derrotas, em 71 partidas da temporada- está incluído os jogos do Combinado Vasco/Santos.

 

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