Vasco

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sábado, 29 de julho de 2017

34 - O VENENO DO ESCORPIÃO - GUSTAVO CAPANEMA, MINEIRO QUE NÃO SALVOU JK

Pintura de Capanema reproduzida de
www.cultura.gov.br
 
 O deputado federal Gustavo Capanema Filho fora o principal redator, em 1948, do programa do PSD-Partido Social Democrático. Em 1962, convocaram-lhe para elaborar a Declaração de Brasília, durante a 9º convenção nacional da legenda.
 Na época, a sigla era considerado de centro e ele identificou 10 problemas a serem atacados, iminentemente, entre eles inflação, reforma agrária, relações exteriores, progresso municipal, engajamento no sistema parlamentarista e  educação.
Sobre o último caso, Capanema considerava o analfabetismo um probema permanente do Brasil, “há dois séculos”, afirmava não ver perspectivas de resolução e previa a sua continuação por mais dois séculos, ou pelo resto da existência do país. 
  Capanema dizia produzir texto humanista e desenvolvimentista, mas o ex-presidente Juscelino Kubitscheck,  principal líder popular pedessista, não gostava do que lhe informavam. Se ele desejava voltar ao cargo, a postura de aderir ao governo de gabinete de nada adiantava aos seus insistentes apelos de mobilização partidária pelo retorno do presidencialismo. Logo, ele poderia sonhar com novo mandato, mas desde que não fosse com o apoio do PSD, devido à guinada parlamentarista.
 NO MEIO DAQUELE tiroteio político, o deputado Neiva Moreira, que presidira a comissão parlamentar de transferência do Congresso Nacional para Brasília, via a obra política do JK ameaçada. De sua parte, o presidente do PSD, Amaral Peixoto, o ironizava, chamando-o de “Raul Pilla do Presidencialismo” –  Pilla era um político gaúcho fanático defensor do parlamentarismo e autor da emenda constitucional que permitira a João Goulart assumir a Presidência da República.
 Com certeza, o deputado Neiva Moreira não tinha bola de cristal e nem os militares já pensavam na Revolução de 31 de Março de 1964. Mas aconteceu, tempinho depois, e  um golpe de estado encerrou a carreira política do homem que construira Brasília.
Juscelino Kubitscheck
De acordo com Luís Viana Filho, chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, Capanema dissuadira o presidente Castello Branco da aprovação de propostas governamentais à Câmara dos Deputados, onde PSD e PTB, detentores da maioria, queriam salvar JK, que tivera os seus direitos políticos suspensos pelo Ato Institucional N º 1 (AI-1), em 9 de abril de 1964.
COM AQUILO,  em 27 de outubro de 1965, medidas foram tomadas à revelia do Congresso Nacional, por meio do AI-2, assinado por Castello, extinguindo os partidos políticos de então e fazendo nascer ARENA-Aliança Renovadora Nacional, de situação, e MDB-Movimento Democrático Brasileiro, de oposição.  Sem PSD e PTB, o JK já era.
 Gustavo Capanema, nascido em Pitangui-MG (10.08.1900 a 10.03.1985), iniciara a vida política como vereador de sua cidade, em 1927. Três anos depois,  já estava conspirando contra o presidente Arthur Bernardes.
 Em 1931, encarou Getúlio Vargas e pegou em armas contra a tentativa de deposição do governador mineiro Olegário Maciel. Terminou negociando um acordo que deixou os dois juntos e que ele fez valer, como representante de Maciel, durante a Revolução Constitucionalista-1932, quando São Paulo propusera união a Minas, para derrubar Getúlio.
Em 1933, sem mais Olegário Maciel vivo, Capanema foi nomeado interventor federal em Minas Gerais. Mas, como Virgilio de Melo Franco também quria o cargo, Getúlio o entregou a Benedito Valadares e fez de Gustavo o seu ministro da Educação, até 1945, quando foi deposto pelas Forças Armadas.
 Fora do governo, Capanema elegeu-se depuado constituinte (1946 a 1951), tendo participado da comissão elaboradora das leis complementares à nova Constituição e votado a favor da casssação dos manatos do Partido Comunista do Brasil, (depois Brasileiro), que perdera registro, em 1947.
Cartaz com Getúlio Vargas
reproduzido de www.maishumanas
REELEITO DEPTUADO FEDERAL, em 1950, com Getúlio Vargas de volta ao poder – pela coligação Partido Trabalhista Brasileiro-PTB e Partido Social Progressistas-PSPS –, Capenema, tornou-se líder de sua maioria na Câmara, pois o homem o via com um bom de jogo de cintura e lábia para tratar com as estrelas da UDN-União Democrática Nacional.
 Na função lhe entregue por Getúlio, Gustavo Capanema teve atuação destacada em várias missões. Também, no afastamento dos ministro do Trabalho, João Goulart, criticado pelos mlitares, por aumentar, em 100%, o salário minimo – os quartéis já andavam insatisfeitos, por se verem esqeucidos pelo Governo.
 Veio a crise político-militar que culminou com o suicídio do presidente Vargas e, passados os agitos, Capanema voltou a reeleger-se deputado federal, pelo PSD, em 1954, para atuar na legislatura parlamentar coincidente com a presidência do JK e a vice do JG que ele ajudara a derrubar do ministério. 
Em 1966,  ele ingressou na ARENA e esteve cogitado, pelo general Artur da Costa e Silva, para seu o vice na sucessão presidencial. Mas foi preterido por Pedro Aleixo, um outro mineiro, proposto pelo presidente Castello Branco – castigo por ter contribuído para o AI-1 sumir com JK, um orgulho de Minas.




 





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