Vasco

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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

GRANDES FUXICOS DA COLINA - VASCO ACENOU COM O CHAPÉU DO SEU ZEZÉ

Zezé Moreira também comandou  a Seleção Brasileira.
Foto reproduzida de www.ludopedio.com.br
Sob o comando do treinador Zezé Moreira, o time vascaíno começou bem a temporada-1965, conquistando o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro.
Venceu a seleção da então Alemanha Oriental (3 x 2) e goleou o Flamengo (4 x 1). Em seguida, saiu vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo –17 jogos, 16 pontos, 7 vitórias, 3 empates, 6 pisadas, 24 gols pró e 22 contra –, sem cair ante nenhuma equipe carioca – 2 x 1 e 1 x 1 Fluminense: 4 x 2 e 1 x 0 Botafogo; 0 x 0 e 1 x 0 Flamengo, e 4 x 0 América.
Realmente, dava para animar. A campanha mereceu foto de time posado e chamada  na capa do Nº 328, de 19.06.1965 da Revista do Esporte", única semanal de" circulação nacional, estampando: “Vasco de Zezé Moreira vai pra cabeça”.
No texto da matéria, avisava: “O Vasco da Gama encara com o maior otimismo os...(compromissos) que terá nesta temporada, como Taça Guanabara e o Campeonato Carioca, por exemplo. Isso porque o time ganhou confiança...e passou a jogar certinho...A crença geral, entre os dirigentes e torcedores...é que o Vasco de Zezé Moreira vai mesmo pra cabeça neste ano.”

ADIANTE, a revista destacava que, mesmo não tendo feito “contratações sensacionais...dispõe de um punhado de craques...”. E citava Gainete, Ita, Levs, Miltão, Pedro Paulo (goleiros), Joel Felício, Brito, Caxias, Barbosinha, Fontana , Pereira (zagueiros), Maranhão, Oldair, Lorico (meio-campistas), Luizinho Goiano, Mário “Tilico”, Arquem, Saulzinho e Célio, “com justiça, a estrela da ofensiva”.  Dizia ainda o texto que havia jogadores que vinham aparecendo com destaque entre juvenis e aspirantes, “todos entrosados nas táticas e esquemas de Zezé Moreira”.
 A revista jogou o Vasco pra cima, mas a “Turma da Colina” fez um fraco Estadual, terminando em quinto lugar – 14 jogos, 15 pontos, 7 vitórias, um empate, 6 escorregadas, 24 gols pró e 17 contra. Nestas, o “Almirante”, que era cabeludo, não foi pra cabeça, mas para a careca de Seu Zezé.  
Este time terminou o Torneio Rio-São Paulo-1966 em primeiro lugar,
 mágica de Zezé Moreira Foto da revista 'Futebol e Outros Esportes".
 
 SAÍDA – Zezé Moreira acertou a sua saída de São Januário após perder, por 0 x 3, do América.
 Muito aborrecido, porque o seu time só perdia, ou empatava, durante sete rodadas do Campeonato Carioca, ele não aceitou mais aquele insucesso.
Durante a “madruga”  da sexta-feira 11 de novembro, deixou acertado o seu fim de ciclo na Colina, em demoradas conversações com o vice-presidente vascaíno, Antônio Calçada.
 O Vasco havia vencido, pela última vez, pela sexta rodada do primeiro turno, nos 2 x 1 Campo Grande. Chegando aos empates, ambos por 0 x 0,  com Flamengo e Bangu, ele desgostou-se, completamente, com a conduta do time, que levavas a torcida cruzmaltina a vaiá-lo. O limite da paciência de Zezé foi a derrota, por 1 x 2, ante o Fluminense, que atuava com 10 atletas. Ele insistiu pela sua saída, mas a diretoria vascaína não queria vê-lo embora.
 A seguir, veio a derrota, por 1 x 2, frente ao Botafogo. Novamente, Zezé Moreira insistiu junto ao presidente João Silva e ao vice Calçada para sair, alegando que “algo está errado e, talvez, a minha saída traga benefícios para a equipe”, frase anotada pela Revista do Esporte Nº 405.
Mais uma vez, Zezé foi dissuadido da sua intenção. Veio, então, uma nova derrota, para o Bonsucesso, dentro de São Januário, por 1 x 2. Mais uma vez, o seu pedido de demissão foi recusado, mesmo com os torcedores pedindo a sua saída e de alguns jogadores.
Zezé (segundo a esquerda) levou o Vasco à conquista da Taça Vicking,
em foto do álbum do ex-goleador Célio Taveira, que a segura
 Próximo episódio: empate, por 1 x 1, como Fluminense, abrindo o returno. Zezé seguia vendo tudo saindo errado e querendo sair, o que rolou após o jogo seguinte, como você leu acima, embora João Silva ainda tentasse segurá-lo.
 Zezé Moreira sentia-se já sem ambiente propício para trabalhar. João Silva disse-lhe não ter nenhuma queixa do seu trabalho e só o liberava para ele sair de cabeça erguida, sem mais apupos de torcedores. Com salário mensal de Cr$ 2, 5 milhões de cruzeiros, Zezé dispensou qualquer tipo de indenização financeira. No dia 12, pela manhã do sábado, João Silva foi ao treino e, com lágrimas rolando,  comunicou aos jogadores a saída do treinador.
Antônio Calçada também chorou e a maior parte dos atletas ficou muito emocionada, principalmente Danilo Menezes, Mendes, Célio, Zezinho, Ari e Fontana, que também derramaram lágrimas. Zezé foi substituído pelo ex-zagueiro Ely do Amparo. No dia 16 de novembro, os jogadores o convocaram a comparecera a uma churrascaria, onde o homenagearam com uma placa de prata e fizeram as despedidas.    

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