Vasco

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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

OS ARQUEIROS DA COLINA - 1 - NÉLSON

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Ser negro, pobre e mulher durante o Brasil da Primeira República, entre 1889-1930, era duro. Vivia-se em completa marginalização social e política, o que viveu o goleiro vascaíno Nelson da Conceição.
Nascido em 12 de agosto de 1899, em Nova Friburgo-RJ, a sua sorte foi o Club de Regatas Vasco da Gama pensar um departamento de futebol, em 1911, durante a presidência de Marcílio Telles, para concretizá-lo em 26 de novembro de 1915, quando o presidente Raul da Silva Campos conseguiu uma fusão com o Lusitânia Sport Club, que já tinha o setor almejado.
Em 3 de maio de 1916, com Marcílio Telles presidente e Raul Campos vice, o time vascaíno estreou na Terceira Divisão do Campeonato Carioca, perdendo, por  1 x 10, para o Paladino FC. Foi o último colocado da disputa, mas não desanimou. Em 1917, subiu à Segunda Divisão.
Enquanto aquilo ocorria,  Nelson da Conceição trocava a sua cidade, pelo Rio de Janeiro, em busca de melhores condições de vida. Desde os 15 anos de idade, ele já disputava partidas de futebol, pelo  Paladino, filiado à Liga Metropolitana de Sports Athléticos.
 Em 1916, Nélson estava no Engenho de Dentro Athletico Club, para ser tricampeão da Liga Suburbana (1916/1917/1918). Foi então que o Vasco levou-o, com 19 anos de idade.  Uma temporada depois, com 20 anos nos costados, Nélson estreou no time principal vascaíno, em 7 de setembro, vencendo o Sport Club Rio de Janeiro, por 2 x 0, pelo returno da Segunda Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Athléticos.

PRECONCEITOS - Mesmo sendo um grande goleiro, Nélson não escapava dos preconceitos, por ser motorista de taxi, algo que conduzia aos negros de baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo, no mesmo nível de outros trabalhadores braçais, como operários das fábricas, mecânicos, pescadores etc. Por aquela época, o futebol era amador era praticado pelos rapazes da elite.
Time dos "Camisas Pretas", de 1923, com Nélson de branco
Fotos reproduzidas do Centro de Memória do Vasco da Gama
Em 1923, com o Vasco campeão estadual, Nélson tornou-se o primeiro goleiro negro a defender as seleções carioca e brasileira.
No Vasco, o time era: Nelson, Leitão e Mingote; Nicolino, Bolão e Arthur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Ceci e Negrito. Arlindo (Arlindo Pacheco); Arthur (Arthur Medeiros Ferreira); Bolão (Claudionor Corrêa); Cecy (Silvio Moreira); Leitão (Albanito Nascimento); Mingote (Domingos Passini); Negrito (Alípio Marins); Nelson (Nelson da Conceição); Nicolino (João Baptista Soares); Paschoal (Paschoal Silva Cinelli); Torterolli (Nicodemes Conceição).

BICAMPEÃO - Ema 12 de agosto de 1923, aos 24 anos, Nélson repetiu o feito estadual, sendo considerado o melhor goleiro do futebol carioca e convocado para disputar o Campeonato Sul-Americano. Também, ganhou o reconhecimento de ter sido um dos poucos que evitaram uma campanha brasileira pior do que fora.
Por isso Tudo, Nélson tornou-se um dos ídolos da torcida cruzmaltina. Vascaíno, entre 1919 a 1927, ele viveu até 24 de abril de 1942. Além de ter sido o primeiro goleiro campeão pelo “Almirante”, participou da inauguração do estádio vascaíno, em 21 de abril de 1927. Três meses depois, disputou a sua última prtiuda pelo clube de São Januário, no 17 de julho, em Vasco 2 x 1 América, de virada, no campo do adversário, à Rua Campos Sales.

 

 

 

 

 

 

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