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domingo, 20 de maio de 2018

O DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - TEREZA PRIMEIRA-DAMA E PRESIDENTE

Discurso firme e de cunho próprio

  A Brasília dos inícios da década-1960 hospedava dois presidentes. E moravam na mesma casa. Um comandava o país, João Goulart. O outro, isto é, a outra, a sua parceira, Maria Tereza, fora eleita para comandar a Legião Brasileira de Assistência-LBA -  por unanimidade.
 Uma das primeiras atitudes dela ao tomar posse foi convocar as mulheres à formação de um grupo voluntário para atacar obras sociais. Assumiu o cargo fazendo um discurso firme e objetivo, prometendo dirigir a agência estatal livre de influências personalistas e de interesses estranhos aos seus objetivos. Foi um recado de próprio punho, sem “ghost righter”. Por ele, elogiou uma sua antecessora, a conterrânea gaúcha Darci, mulher do presidente Getúlio Vargas, a quem considerou ter sido um exemplo de desprendimento e de amor ao próximo.   
 Com Maria Tereza, Brasília hospedava uma primeira dama de bom nível cultural. Escrevia poesias,e gostava da músicas dos mestres Mozart, Brahms e Lizst e das boas composições da música popular brasileira e da italiana. Elegante, ela não dispensava ser vestida pelos melhores costureiros do Rio de Janeiro.
A pobreza vista de perto
 Quem quisesse desagradar a primeira dama brasileira era chamar o seu marido de comunista. “Se fosse comunista, eu não teria me casado com ele”, reagia. À revista “O Cruzeiro”, disse:
 “Só quem não conhece a família Goulart pode chama-lo (o presidente) de comunista. Ele estudou em colégio de padre e as minhas cunhadas Neuza, Maria, Sila, Landa e Fia foram educadas em colégios de freiras. A minha sogra, a Dona Tinoca, vai à missa, diariamente. Colocar-se ao lado de interesses dos trabalhadores não significa tendências comunistas. É, sim, espírito cristão  e solidariedade ao próximo”.
 Maria Tereza só discordava de um detalhe da vida do presidente: seus horários de refeição, que poderiam ter o almoço às 17h e a janta às 03 da madrugada.     
Em seu segundo dia como presidente da LBA, Maria Tereza visitou uma favela do Rio de Janeiro e ficou impressionada com a miséria vista. Foi cercada por numerosos grupos de crianças lhe estendendo as mãos e pedindo uma esmola. Distribuiu tudo o que tinha dentro de sua bolsa e que não era dinheiro público. À imprensa, declarou: “Chocante! Mas não é com esmola que vamos resolver este problema” – não teve tempo para resolver.   
                                    





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