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terça-feira, 1 de maio de 2018

15 - CHARGISTAS NO ESPORTE - MANGABEIRA E ZIRALDO

 Em Belo Horizonte, o torcedor não fala de Flamengo, Corinthians, Vasco da Gama, Palmeiras, etc. E os jornais só divulgam notinhas sobre o que rola nos gramados de outras plagas. 
Pra galera da terra, o que importa é Atlético e Cruzeiro, principalmente o primeiro, dono da maior torcida e muito mais chamado por “Galo”, do que pelo seu nome de registro civil.
 O pai do nome que não sai da boca da torcida é um cara que torcia por um rival atleticano, o América-MG. Assinava as suas charges por Mangabeira, mas fora batizado e registrado por Fernando Pierucetti.
 Para compor o mascote do Clube Atlético Mineiro, o desenhista foi na onda da torcida alvinegra belo-horizontina, de que a rapaziada era raçuda, difícil de ser batida, fazendo o tipo galo de briga. Então, Mangabeira colocou em campo um galo carijó, nas cores preta e branca, como as da camisa do clube.
 O mascote do Cruzeiro foi uma outra criação dele. Uma raposa, por ter o clube estrelado, à época em que pegara no lápis para defini-lo, cartolas malandros, rápidos para atrapalhar e levar a melhor em negociações pretendidas pelos rivais atleticanos.  Para Mangabeira, a astúcia da raposa era o bicho.
 No caso do mascote do seu time, Mangabeira foi convencido por um diretora do jornal 'Folha de Minas' de que este deveria ser  o Pato Donald, das histórias em quadradinhos norte-americanas, personagem de Walt Disney. Ele não gostou e, por sorte dele, o pato mal humorado não decolou. Em seu lugar, entrou um Coelho, que segue em campo.

Mas não ficou por aí a fauna do "Manga". Entraram para o seu zoológico o Leão, do Villa Nova; o Zebu, do Uberaba, e o Ganso, do Araxá.
 Fora das Minas Gerais, ele criou mascote (que não vingaram) como um leão marinho bigodudo, para o Vasco da Gama; um lobo flamenguista; o leopardo são-paulino e um papagaio palmeirenses.
 Foram mais de 60 mascotes, tendo os de fora de Minas não pegado porque o jornal em que ele publicava as suas charges ficava restrito ao Estado.  Fernando Pierucetti, nascido em 20.10.1910, em Belo Horizonte, viveu até novembro de 2004.
IMAGENS reproduzidas de www.blogdochicomaia.com.br - AGRADECIMENTO.

                                                                                  ZIRALDO



A partir da virada da década-1960 para a 1970, o mais famoso chargista brasileiro passou a ser  Ziraldo Alves Pinto, que  sempre gostou de futebol. Torcedor do Flamengo, ele diz só saber escalar um time pela formação que os “speakers” radiofônicos anunciavam  na década-1950, o 3-3-5, que tinha, por exemplo, na Copa do Mundo-1958: Gilmar, De Sordi e Bellini; Nílton Santos, Zito e Orlando; Garrincha Didi, Vavá, Pelé e Zagallo.

Reprodução de www.saraiva
Nascido em 24 de outubro de 1932, na mineira Caratinga, Ziraldo começou a vida artística pela `Folha da Manhã`, atual `Folha de São Paulo`, em 1954, fazendo coluna humorística. Sua fama  nacional ganhou mais vigor ao  passar pela revista ”O Cruzeiro” e o “Jornal do Brasil”, ambos cariocas. 
Entre os principais personagens de Ziraldo estão “Jeremias, o Bom”, que virou um luxuoso livro, ” Supermãe” e “Menino Maluquinho” que, além de livro, foi parar nas telas do cinema.
Do rol de suas charges esportivas, uma mexeu muito com a torcida do Vasco da Gama. O time cruzmaltino havia perdido para o pequeno Londrina, do Paraná, dentro de São Januário, durante a tarde em que o estádio do clube recebeu o seu maior público de sua história.  

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