Vasco

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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

FUXICOS DA COLINA-3 - ADEMIR MENEZES EXPURGA DOIS IDOLOS: BRITO E FONTANA

Reprodução da revista "O Cruzeiro"
Imediatamente à queda de Gentil Cardoso no comando do time do Vasco da Gama, o antigo atacante do time, Ademir Marques de Menezes, que fora seu jogador, em 1952, abriu uma nova fase em São Januário. Ele, que vinha treinando as equipes infantos, juvenis e aspirantes, ganhava a chance de subir ao time A. E anunciou esta receita para vencer:
1 – ser uma espécie de irmão mais velho da moçada e promover as promessas, dizendo conhecer bem a turma da base; 2 – armaria o time no esquema tático 4-3-3 e seguiria cuidando das equipes inferiores, com carta branca do presidente João Silva; 3 – via o time com os mesmos defeitos de oito temporadas anteriores e mudaria aquilo; 4 – cobraria organização tática, mas daria liberdade de criação aos atletas; 5 – concentração só nas vésperas de partidas, de preferência, em São Januário;  6 – visitas às residências dos subordinados, para saber como eles viviam e do que estavam precisando; 7 – repetir seus treinadores Ondino Viera e Flávio Costa, que promoviam a chamada “hora do caroço”, uma conversa franca com o grupo; 8 – ninguém seria obrigado a vencer, mas a lutar pela vitória; 9 – queria disciplina, entusiasmo e compreensão quando tomasse medidas que não agradassem a todos. 
  Ademir acusou Gentil de não varrer erros antigos e nem organizar o time, taticamente. Mas estreou, cinco dias depois, levando 1 x 2, do  “pequeno” Campo Grande e com o gol vascaíno, de pênalti,  batido pelo zagueiro Brito. Nos segundo e terceiro jogos, novas derrota, pelo mesmo placar, ante o Fluminense e o Bonsucesso.
Vieram dois clássicos e o Vasco da Gama de Ademir Menezes respirou, com 2 x 0 Botafogo  e 4 x 0 Flamengo. Parecia ter colocado o time nos eixos, após três quedas. Parecia! Se Gentil Cardoso tivera três vitórias, um empate e duas derrotas, Ademir Menezes só conseguiu aqueles dois triunfos.. Cartel insuficiente para ficar para 1968, quando o seu colega de time e lateral-direito Paulinho de Almeida o substituiu.   
BARCA – A chegada de Ademir Menezes ao comando do grupo principal vascaíno foi marcada pelo rebuliço de uma anunciada proscrição de vários atletas, entre eles ídolos da torcida, como os “xerifões” Brito e Fontana. 
Brito e Fontana, ídolos marginalizados
 Uma semana após o afastamento do time, acusado de ser um dos responsáveis pela má fase do Vasco, o zagueiro e capitão Brito refutou a pecha de “ondeiro”, por fazer a ligação entre os companheiros e os diretores. Garantiu procurar, sempre, encontrar soluções benéficas ao clube, afirmou ser um sujeito franco, “até demais”, e injuriou-se  com as acusações de ser um anarquista, motivo para a sua marginalização.
 Com 14 temporadas em São Januário, Brito pediu ao Vasco para negociar o seu passe, que interessava a Santos, Palmeiras e Cruzeiro, entre outros, e não usar mais a braçadeira de capitão. A Ademir Menezes, fez a acusação de ignorá-lo, fingindo não conhecê-lo, e a outros companheiros. As queixas foram pelo final de 1967, e o seu contrato iria até julho de 1968.
PARCEIRO de Brito na zaga vascaína, o viril Fontana, também, considerou-se injustiçado por Ademir Menezes. Quando foi afastado do time, recebeu propostas de Cruzeiro e Atlético-NG, e do Flamengo, mas não forçou a sua saída do Vasco, por ter situação financeira tranquila, negócios no Rio de Janeiro e ser fazendeiro no município capixaba de Linhares.
 A queixa maior de Fontana foi ter sido expurgado quando estava fora do time, recuperando-se de contusão, sofrida durante a última partida da Taça Guanabara-1967, contra o América. Para ele, fora envolvido em fofocas.   

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