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sábado, 21 de abril de 2018

O VENENO DO ESCORPIÃO - HISTÓRIAS DE UM POVO HEROICUBRADO E RETUMBANTE

 1- Por ocasião das comemorações do centenário da independência do Brasil, em 1922, o presidente de Portugal, Antônio José de Almeida, fez a primeira visita oficial de um chefe de estado português ao país. Seu protocolo oficial incluiu visita a um colégio, quando ele  manteve este diálogo com um garoto, de 11 de idade:
- O que você sabe sobre a amizade entre os nossos países?
- O Brasil é filho de Portugal.
 - Qual dos dois é o mais rico?
- O Brasil.
- Porque?
- Nunca ouvi dizer que Portugal tem cerveja que ofereça prêmios. O meu pai já ganhou 20 contos de reis.
- Do seu ponto de vista, putinho, você está certo.

2 - O presidente Antônio Almeida foi uma autêntica máquina de fazer discursos, no Rio de Janeiro. Onde ia, mandava o verbo rolar, sem pena dos ouvidos dos presentes. Passadas 35 temporadas de sua visita ao Rio de Janeiro, a prefeitura da cidade o homenageou, colocando o seu nome em uma praça na Esplanada do Castelo. Por iron ia do destino, só houve um discurso naquele dia.      
3 – A corrida presidencial rolava, em 1959, entre o candidato Jânio Quadros, da UDN,  e o marechal Henrique Lott (foto), do PSD. Perto do pleito, o representante Bernardes Filho, do Partido Republicano-PR, telefonou para a residência do militar e não foi atendido. Um major assessor de campanha que o atendeu respondeu que o homem não poderia atender porque estava rouco e pronto para dormir.
4 – Quando fazia os últimos comícios, pelo interior paulista, Lott conversava com o deputado Ulysses Guimarães, quando um  eleitor o indagou se ele já se sentia ganhador daquela eleição. Sua respostas: “Meu filho, você já viu mineiro perder trem, vergonha, revolução e eleição?” Lott perdeu, pois os votos do PR lhe fizeram muita falta. Ficou rouco e foi dormir e hora errada.
5 – No dia 30 de setembro, vésperas do pleito presidencial de 3 de outubro, o presidente Juscelino Kubitscheck marcou uma fala ao país, por uma cadeia de rádios e TVs, a fim de dizer que cumprira as 30 metas prometidas, além de deixar o pais em completa normalidade democrática. Dias depois, houve o batismo de um Boeing 707, da Pan-American, no aeroporto de Brasília. JK convidou Dona Coracyh Uchoa, a esposa de Israel Pinheiro, seu tocador de obras, para o batismo do avião.  Como ela quebrara a garrafa de champanhe com muita rapidez, os fotógrafos pediram um bis mais lento. Então, ele gritou: “Madrinha, bata mais devagar no menino!”      
6 – A proximidade do pleito presidencial de 3 de outubro de 1959 não deixou de incluir uma visita do candidato do governo pessedista, o marechal Lott, ao presidente Juscelino Kubitischek. Acompanhado do seu colega de chapa e petebista João Goulart, um otimista  Lott foi recebido pelo estado-maior da coligação PSD/PTB, vários ministros, senadores, dezenas de deputados, representantes de comitês partidários e pelo governador do Rio de Janeiro, Roberto Silveira. Malandramente, a imprensa fez manchete sacaninha, dizendo  o equivalente a “Lott  põe os pés no Palácio da Alvorada – mas foi só naquele dia. Nas urnas, o inquilino da casa ficou sendo Jânio Quadros.

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